sexta-feira, 20 de agosto de 2010

KÚKLOS

Não é a toa que a primeira coisa que nós fizemos ao nascer é chorar.
Ao abrir nosso pulmão pela primeira vez nos deparamos com um ar sujo e pesado e a única saída era chorar, chorar e chorar.
A expectativa que criamos em pessoas e até mesmo objetos nos seguiu desde os primeiros segundos das nossas vidas. Esperávamos por outra coisa. E só porque éramos bebês não queria dizer que não sabíamos de que assunto tratava.
Somos contra a nossa natureza. Nós temos que nos acostumar com o que é errado só porque o certo não deu certo. Isso chega a ser ofensivo.
''Levanta a cabeça e siga em frente'' Dá para contar quantas vezes ouvimos esta frase? É cansativo, é incômodo. A geração está cada vez mais precoce porque nos acostumamos demais com as coisas.
E não digo precoce em botar um piercing no nariz com 12 anos ou menstruar antes que a sua irmã mais velha. Mas já com 4 anos ouvimos nossos pais brigar. As pessoas que mais somos apegadas nessa idade. O que vem a ser depois disso se as pessoas que mais amamos entram em um conflito? Depois de certas coisas o que vier é lucro e você já não liga mais.
Adultos estão mais para velhos do que velhos estão para velhos.
Conheço muitos velhinhos dispostos a fazer tudo. Mas todo adulto diz para ''deixar quieto'' ou ''isso passa''.
Acontece algo triste e parece que lavamos nossos corações com inúmeras tentativas de auto consolo. Mas lavar não tira nenhum arranhão e sempre vamos levar nossas ''cicatrizes'' pro resto da vida.
Mas infelizmente é só assim que funciona. Minha idade mental deve ser o dobro da minha idade real só porque me acostumei demais.

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